O TP1 trouxe o estudo dos gêneros: tirinha, fotografia, e composição musical entre outras -introdução ao estudo da imagem como um texto, e o TP2, a discussão enfocando a ARTE, como objeto de estudo do texto visual e, a partir dela, o estudo mais detalhado do papel da Literatura na vida das pessoas.
O objetivo é levar o leitor/professor a conceber como ele próprio percebe e encara a Arte na sua vida: questionamentos que fazem o leitor refletir sobre o tema e identificar em si próprio a motivação para ensinar o aluno sobre a ARTE. As atividades partem do pressuposto de que o professor deve antes de qualquer coisa, conhecer a arte e percebê-la a sua volta, para então, repassar o entusiasmo da arte para seus alunos. Portanto, o Professor é confrontado aqui com suas próprias convicções e percepções sobre a Arte na sua própria vida. As atividades mostram a Arte nos monumentos das praças, na arquitetura das casas, em Brasília, nas fotos, na natureza, na música popular, etc.
Deve-se perceber que a Arte é uma necessidade humana e consigo as inúmeras possibilidades de criar e recriar realidades sob diversas maneiras; Além disso, torna possível conhecer outras realidades e aumentar seu potencial de referência de mundo; ter parâmetros de comparação para também criticar sua realidade, além de outros aspectos.
Vê-se que a Arte procura ser uma representação da realidade, mas também não tem compromisso com esta, pois uma representação não é a coisa em si, representada, mas uma tentativa ou ainda, uma distorção desta realidade. E daí a importância dos conceitos “denotação e conotação” que permeiam a nossa linguagem tanto na fala quanto na escrita e principalmente na Literatura e os conceitos de real e irreal.
Por fim, mas não se extinguindo as intenções, o professor é convidado a entender que a ARTE não é um meio para se conseguir recompensas ou aplausos, como tudo neste sistema capitalista nos mostra ser, mas que a Arte, independente de sua forma: escrita, pintada, artesanal, escultural, musical, etc. não é um meio, mas um fim. Faz-se por prazer, não, por pretexto para se chegar a algum lugar. Metaforicamente falando, a Arte é um pombo correio que usará as mais criativas formas e estratégias para levar uma mensagem a alguém que se encontra em outro canto.
As atividades do TP 2 propõem que se veja a Arte onde ela está, ou seja, em quase tudo, apesar de atualmente estar diluída entre os lixos modernos da cópia e da perda de critérios. Mas o fato é que a Arte para um pode ser lixo para outro, e isso também é bom, pois permite que todos possam criar e se deleitar com ela, independentemente de talento ou não. Afinal a arte não foi com certeza, criada para vender, mas para dar prazer a quem a faz e a quem a contempla.
Na unidade anterior foi visto a importância da arte na vida das pessoas e de que forma ela se insere e deve ser abordada pelo professor nas aulas; agora na Unidade 8 aprenderemos como se dá o processo de interpretação dessa Arte, mais especificamente, na escrita - Linguagem Figurada
Sabemos que a arte é plurisignificativa e, portanto, passível de diferentes interpretações, mas há, no entanto, mecanismos linguísticos, no caso da fala e da escrita, que marcam a intencionalidade do autor. Tais mecanismos são conhecidos como figuras de linguagem e estas dizem respeito às palavras, à sonoridade e às estruturas da frase e são responsáveis pela carga emotiva e intencional de um texto.
Usamos tais recursos quase que diariamente, mas na maioria das vezes não fazemos isso de uma maneira consciente, pois são palavras que surgem de acordo com a necessidade expressiva do momento, segundo a emoção que faz “brotar” palavras. Tornar este uso consciente e manipulável faz parte do estudo da Língua Portuguesa, mas pela formalidade que a classificação das figuras de linguagem assumiram, só são dadas no segundo ano do segundo grau, e como “bichos de sete cabeças”.
É importante salientar que o texto depois de escrito perde sua identidade própria e assume a interpretação que o leitor dará a ele, por isso é tão necessário saber-se usar os recursos lingüísticos para se fazer entender o mais claro possível, dentro da intenção pretendida.
Da mesma maneira, deve-se também ter capacidade de interpretar amplamente um texto, para poder captar a intencionalidade do autor.
Outro aspecto importante a ser considerado é que na vida real e na literatura, muitas das vezes, se diz mais nos subentendidos do que no que está escrito. Ou seja, o uso das figuras de linguagem não cria, por si só, o valor estilístico do texto, mas sim a maneira como são usadas e interpretadas conduzindo o leitor a tal entendimento e busca de referenciais catafóricos ou do contexto.
Contudo a preocupação maior está em explicitar as possibilidades de organização da frase e do período de acordo com a situação sociocomunicativa. Ou seja, não basta apenas saber como se estrutura uma frase, mas também é preciso saber como se organiza uma frase em um determinado contexto. Para tanto é necessário fazer correlações de adequação entre estruturas (frases e períodos) e contextos (gêneros).
O estudo da gramática em sala de aula nem sempre foi e é bem visto por alunos e professores. É comum ouvirmos os alunos falarem “Odeio gramática”, ou “Estudar as regras gramaticais é um saco!”. Há ainda aqueles professores que dizem “Como vou ensinar isso?”, ou “Pra que saber ensinar os nomes se eles já sabem como utilizar?”, principalmente quando se trata daqueles nomes que servem para classificar uma oração subordinada substantiva. Nossa, só de escrever já cansa.
Quando se trabalha com uso formal da língua e se quer ensinar ortografia, por exemplo, é que as regras da norma culta terão validade. A gramática normativa coloca à disposição do falante um receituário de “boas maneiras linguísticas” e a esse ensino dá-se o nome de prescritivo.
Em vista de tudo que foi apresentado, podemos perceber que cada concepção de gramática (interna, descritiva e normativa) tem o seu lugar dentro do processo de ensino-aprendizagem e que é fundamental que o professor perceba que a gramática se amplia sempre e desenvolvê-la é desenvolver também a própria competência linguística do aluno.
Há 14 anos