quinta-feira, 22 de abril de 2010

TP 2 - Encerramento

O TP1 trouxe o estudo dos gêneros: tirinha, fotografia, e composição musical entre outras -introdução ao estudo da imagem como um texto, e o TP2, a discussão enfocando a ARTE, como objeto de estudo do texto visual e, a partir dela, o estudo mais detalhado do papel da Literatura na vida das pessoas.
O objetivo é levar o leitor/professor a conceber como ele próprio percebe e encara a Arte na sua vida: questionamentos que fazem o leitor refletir sobre o tema e identificar em si próprio a motivação para ensinar o aluno sobre a ARTE. As atividades partem do pressuposto de que o professor deve antes de qualquer coisa, conhecer a arte e percebê-la a sua volta, para então, repassar o entusiasmo da arte para seus alunos. Portanto, o Professor é confrontado aqui com suas próprias convicções e percepções sobre a Arte na sua própria vida. As atividades mostram a Arte nos monumentos das praças, na arquitetura das casas, em Brasília, nas fotos, na natureza, na música popular, etc.
Deve-se perceber que a Arte é uma necessidade humana e consigo as inúmeras possibilidades de criar e recriar realidades sob diversas maneiras; Além disso, torna possível conhecer outras realidades e aumentar seu potencial de referência de mundo; ter parâmetros de comparação para também criticar sua realidade, além de outros aspectos.
Vê-se que a Arte procura ser uma representação da realidade, mas também não tem compromisso com esta, pois uma representação não é a coisa em si, representada, mas uma tentativa ou ainda, uma distorção desta realidade. E daí a importância dos conceitos “denotação e conotação” que permeiam a nossa linguagem tanto na fala quanto na escrita e principalmente na Literatura e os conceitos de real e irreal.
Por fim, mas não se extinguindo as intenções, o professor é convidado a entender que a ARTE não é um meio para se conseguir recompensas ou aplausos, como tudo neste sistema capitalista nos mostra ser, mas que a Arte, independente de sua forma: escrita, pintada, artesanal, escultural, musical, etc. não é um meio, mas um fim. Faz-se por prazer, não, por pretexto para se chegar a algum lugar. Metaforicamente falando, a Arte é um pombo correio que usará as mais criativas formas e estratégias para levar uma mensagem a alguém que se encontra em outro canto.
As atividades do TP 2 propõem que se veja a Arte onde ela está, ou seja, em quase tudo, apesar de atualmente estar diluída entre os lixos modernos da cópia e da perda de critérios. Mas o fato é que a Arte para um pode ser lixo para outro, e isso também é bom, pois permite que todos possam criar e se deleitar com ela, independentemente de talento ou não. Afinal a arte não foi com certeza, criada para vender, mas para dar prazer a quem a faz e a quem a contempla.
Na unidade anterior foi visto a importância da arte na vida das pessoas e de que forma ela se insere e deve ser abordada pelo professor nas aulas; agora na Unidade 8 aprenderemos como se dá o processo de interpretação dessa Arte, mais especificamente, na escrita - Linguagem Figurada
Sabemos que a arte é plurisignificativa e, portanto, passível de diferentes interpretações, mas há, no entanto, mecanismos linguísticos, no caso da fala e da escrita, que marcam a intencionalidade do autor. Tais mecanismos são conhecidos como figuras de linguagem e estas dizem respeito às palavras, à sonoridade e às estruturas da frase e são responsáveis pela carga emotiva e intencional de um texto.
Usamos tais recursos quase que diariamente, mas na maioria das vezes não fazemos isso de uma maneira consciente, pois são palavras que surgem de acordo com a necessidade expressiva do momento, segundo a emoção que faz “brotar” palavras. Tornar este uso consciente e manipulável faz parte do estudo da Língua Portuguesa, mas pela formalidade que a classificação das figuras de linguagem assumiram, só são dadas no segundo ano do segundo grau, e como “bichos de sete cabeças”.
É importante salientar que o texto depois de escrito perde sua identidade própria e assume a interpretação que o leitor dará a ele, por isso é tão necessário saber-se usar os recursos lingüísticos para se fazer entender o mais claro possível, dentro da intenção pretendida.
Da mesma maneira, deve-se também ter capacidade de interpretar amplamente um texto, para poder captar a intencionalidade do autor.
Outro aspecto importante a ser considerado é que na vida real e na literatura, muitas das vezes, se diz mais nos subentendidos do que no que está escrito. Ou seja, o uso das figuras de linguagem não cria, por si só, o valor estilístico do texto, mas sim a maneira como são usadas e interpretadas conduzindo o leitor a tal entendimento e busca de referenciais catafóricos ou do contexto.
Contudo a preocupação maior está em explicitar as possibilidades de organização da frase e do período de acordo com a situação sociocomunicativa. Ou seja, não basta apenas saber como se estrutura uma frase, mas também é preciso saber como se organiza uma frase em um determinado contexto. Para tanto é necessário fazer correlações de adequação entre estruturas (frases e períodos) e contextos (gêneros).
O estudo da gramática em sala de aula nem sempre foi e é bem visto por alunos e professores. É comum ouvirmos os alunos falarem “Odeio gramática”, ou “Estudar as regras gramaticais é um saco!”. Há ainda aqueles professores que dizem “Como vou ensinar isso?”, ou “Pra que saber ensinar os nomes se eles já sabem como utilizar?”, principalmente quando se trata daqueles nomes que servem para classificar uma oração subordinada substantiva. Nossa, só de escrever já cansa.
Quando se trabalha com uso formal da língua e se quer ensinar ortografia, por exemplo, é que as regras da norma culta terão validade. A gramática normativa coloca à disposição do falante um receituário de “boas maneiras linguísticas” e a esse ensino dá-se o nome de prescritivo.
Em vista de tudo que foi apresentado, podemos perceber que cada concepção de gramática (interna, descritiva e normativa) tem o seu lugar dentro do processo de ensino-aprendizagem e que é fundamental que o professor perceba que a gramática se amplia sempre e desenvolvê-la é desenvolver também a própria competência linguística do aluno.

TP 1 - Unidades Iniciais

Os cursistas leram alguns poemas e em seguida mandaram recados aos alunos das outras turmas. Após essa introdução, partiu-se para a revisão dos TPs. Lembramos que no TP1 estudou-se as variedades lingüísticas e registros - a importância do texto no ensino da língua e sobre a intertextualidade. No TP2, sobre a gramática e seus vários sentidos - a frase e a linguagem figurada. No TP3, os gêneros e tipos textuais. No TP4, o letramento e o processo de leitura e produção textual. No TP5, estilística, coerência e coesão textual e as relações lógicas no texto. Na sequência fez-se o estudo das unidades 21 e 22 do TP6. Houve debates e discussões a respeito da construção da argumentação e a respeito do planejamento da produção textual. Como conclusão do estudo dessas unidades leu-se alguns textos.
Passo seguinte o relato das práticas pedagógicas e entrega dos relatórios dos cursistas. Fomos ao laboratório de informática. Acessou-se o blog do grupo, analsou-se e fez-se comentários e postagem de materiais. Foram bem interessantes as observações dos profs. Cursistas e as atividades sugeridas por eles.
O mundo da imagem está inserido já desde a tenra idade e faz parte de nossas vidas até o final dela; mas saber interpretar estas imagens não é algo nato, pois dependerá de nossa construção de cultura e da maneira como somos inseridos nela. Ou seja, a foto de um charuto poderá ser muito significativa para alguém que passou a infância vendo o avô querido a fumar e contar histórias, mas, no máximo, significará uma colher, talvez, para alguém que nunca viu um charuto. Há ainda aquele que nunca viu um, mas leu sobre ele no dicionário; este provavelmente o identificará quando vê-lo ou, o descreverá, mas faltará toda a carga sentimental a ele atribuída pelo 1º leitor, o do avô. E indo mais além, alguém que estudou sobre os males do fumo poderá ver um charuto e ter vontade de rasgar a foto, pois conhece os efeitos nefastos sobre a saúde. E assim, cada um perceberá significados diferentes em uma única imagem. O que nenhum deles poderá negar, no entanto, é que o charuto tem a utilidade básica de ser um objeto por onde se fuma.
Considerando tudo isso, é de se estranhar que o ensino da Língua praticamente não considere a imagem como um texto, pois nos dias atuais usamos mais a imagem do que a escrita. Numa sociedade de consumo desenfreado, a linguagem da propaganda é a prova cabal de que “uma imagem vale mais do que mil palavras” e é obviamente, um poderoso texto.
Na verdade, é tão verdade isso, que os profissionais da comunicação já o perceberam e usam a imagem para manipular a opinião do público sobre o que desejam vender, seja uma idéia, um produto, etc.

TP 6 - Unidades 21 e 22

Esta unidade tem como objetivo identificar marcas de argumentação na organização dos textos. Texto argumentativo são estratégias de argumentos no qual todo texto deve conduzir ao único objetivo (objetivos integrados e compatíveis entre si).
Argumentos são motivos, razões utilizadas para convencer nosso leitor da validade da tese. Quando temos consciência de que nosso objetivo maior ao produzir um texto é fazer o leitor/ouvinte crer em alguma de nossas idéias, classificamos este texto como argumentativo. Cada motivo ou razão que damos para comprovar uma tese é chamado de argumento.
Na sequencia, parte-se para o objetivo de identificar e analisar os diferentes tipos de argumentos que sustentam uma “argumentação” textual.
Lembre-se que argumentos baseados no senso comum, ou no consenso, são verdades aceitas culturalmente, sem necessidades de comprovação. Argumentos baseados em provas concretas recorrem a cifras, estatísticas, fatos históricos, dão à argumentação uma sensação maior de confiabilidade de ver a cidade.
Nessa seção consideramos as diferentes formas que os argumentos podem assumir para comprovar uma tese, são eles argumentos baseados no senso comum, ou no consenso, argumentos baseados em provas concretas, argumentação por ilustração. Argumentação por exemplo, argumento de autoridade e argumento por raciocínio lógico.
Ao mobilizar argumentos para sustentar uma tese, ao apresentar que idéia pretende fazer crer aos outros, o autor depende de seus pontos de vista de seu conhecimento sobre o assunto que julga mais eficazes para atingir o raciocínio e a vontade de seu interlocutor.
A língua escrita é utilizada com algumas funções básicas, no momento de iniciar a escrita, uns tecem esboços mais ou menos completos outros não, planejam na própria cabeça e colocam a primeira versão sobre o papel. Outros nem fazem planejamentos suas leituras de mundo os conduzem.
Um bom planejamento possibilita o desenvolvimento e o aprendizado do aluno em direção da sua autonomia, para tanto desenvolvemos atividades que visam levar o aluno a refletir sobre seu próprio processo de planejamento, com objetivo da atividade de escrita e a situação sócio-comunicativa.
As estratégias devem ser variadas em sala para motivar as crianças e adolescentes a planejarem e descobrirem seu próprio estilo de planejamento de acordo com as diferentes situações das quais participam.
A produção textual tem como trabalho central a escrita do texto. Todas as etapas estão interligadas, mas podemos ensinar nossos alunos que durante a escrita podem planejar novamente e revisar o que escreveram.
Nas discussões e avaliações, os erros, as dificuldades com a memória e a atenção são pontos de negociação de significados que o professor utiliza para desenvolver atividades e sugerir saídas diferenciadas durante a escrita.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Precisamos fazer alguma coisa...

Um fato que vem acontecendo e que pouca gente sabe é o gradativo desaparecimento das abelhas no mundo. Pode não parecer, mas sua total extinção poderia ocasionar graves desequilíbrios no planeta.


As abelhas, além de fornecer-nos mel e outras substâncias, são responsáveis por 80% da polenização de vegetais, ou seja, sementes que fecundam outras plantas, mantendo as florestas vivas. Graças à esse processo, centenas de espécies em extinção ainda não desapareceram por completo do planeta. Agora imagine: e se as abelhas acabassem, quem se encarregaria disso?

Especialistas afirmam que um dos grandes responsáveis por esse desaparecimento repentino das abelhas, que está acontecendo principalmente na Europa e Estados Unidos, são os inúmeros tipos de inseticidas aplicados em grande escala em plantações, aliada à falta de nutrientes essenciais à elas devido aos desmatamentos e ao aquecimento global.


Será que diante de mais essa catástrofe, os governos dos países mais industrializados do mundo ainda vão teimar em não dar o braço a torcer diante do aquecimento global e a urgente redução de gases tóxicos na atmosfera?

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Relatório de Atividades

Propôs-se, na unidade 18, uma discussão de estilística e coerência textual. Fizemos num primeiro momento, uma síntese conceitual, observando e lendo alguns textos apresentados no Tp5 ,e em seguida, discutiu-se e elaborou-se alguns questionamentos sobre as dúvidas apresentadas pelos cursistas. Foi bem produtivo. Os professores propuseram muitas atividades e, houve muita troca de experiências. Em relação à atividade proposta, os cursistas analisaram o texto publicitário em grupo e apresentaram-na a turma focando bem a coerência textual. Alguns elementos no primeiro momento pareciam desconectados, mas quando foram apresentados a todos, houve uma convergência de ideias e chegou-se, apesar de algumas divergências, a um consenso. No geral, foi uma oficina bem interessante.
Discutiu-se, na unidade 20, sobre os elementos coesivos e a lógica do texto. O que mais chamou a atenção foi o fato de que no nosso dia a dia, em sala de aula, quando se trabalha a coesão, determinados conectores não recebem tanta importância. Mas, observou-se que são de extrema necessidade para a construção do texto.
Após as apresentações dos relatórios e as devidas observações, retomou-se o Tp para explicar melhor a relação lógica da negação. Na sequência, começou-se a desenvolver a atividade proposta. Cada grupo recebeu algumas imagens, escolheu uma delas, e elaborou o texto solicitado, explorando frases negativas e informações sobre o produto. Para finalizar, fez-se algumas ponderações sobre o texto produzido, tiramos algumas dúvidas e concluímos a oficina.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Relatório TP4

Unidades 15 e 16

Nesta oficina, da unidade 15, continuamos nossa discussão a respeito da necessidade de se trabalhar melhor o processo de leitura e escritura. “Nossos” alunos, de maneira bastante ampla, têm concluído o ensino fundamental sem se apropriar dessas ferramentas: a leitura e a escrita. Por isso pautou-se na discussão de três grandes problemas: o letramento, a maneira como a língua portuguesa é trabalhada na sala de aula e a necessidade premente de envolver também os outros professores nesse processo.

Em seguida foram organizados cinco grupos para trabalharem o poema, proposto por eles, “Cidadezinha qualquer” de Carlos Drummond de Andrade. Partiu-se de questões levantadas, debatidas e apresentadas no trabalho anterior. Os grupos elaboraram novas atividades de acordo com a realidade de cada escola. O que chamou atenção nesta atividade foi o fato de os professores cursistas (re)pensarem maneiras diferentes e mais criativas para se trabalhar a interpretação de texto.


Na oficina seguinte, da unidade 16, trabalhou-se a exploração textual. Por que e para que fazer perguntas sobre o texto? Como levar o aluno a ler com maior propriedade, aprendendo a identificar as ideias, as afirmações, os elementos presentes no texto. Foi muito produtivo e prazeroso este momento. Fluiu uma boa discussão sobre o que é imprescindível para compreensão e interpretação e o quanto é importante a elaboração de questionamentos, perguntas que explore o seu conteúdo.
Parece que os primeiros resultados do programa estão aparecendo, pois o envolvimento e a criatividade foram eloquentes. Observou-se uma grande participação dos cursistas no avançando na prática. Trouxeram muitos questionamentos e, a participação melhorou demais.
A atividade proposta nesta oficina foi desenvolvida com muito empenho, cada grupo planejou a sua aula e apresentou.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Relato de Experiência

A grande maioria dos alunos não gosta de ler e não o fazem devido à falta de hábito e incentivo, tanto em casa como na escola; já o fator contrário: TV e jogos são mais atrativos e, muitas vezes, não os obriga a pensarem, nem usarem sua imaginação; vem tudo pronto, sem necessidade de esforço algum, pois o educando “tem falta de vontade de pensar”.
Temos grandes desafios pela frente, em primeiro lugar faz-se necessário a mudança do ambiente escolar, criar um local mais letrado, trazer informações que estimulem a leitura, o pensar, a imaginação, pois quem não lê não consegue escrever porque não possui argumentos.
O estimulo deve ser iniciado em casa, estendendo-se até a escola, pois de que adianta o professor e/ou o pai cobrar leitura da criança se eles não dão o exemplo: como vão dizer que é bom ler se você não leem?
Quando fazemos atividades orais os alunos têm facilidade de se expressar, porém na hora da escrita fica mais complicado, pois esta atividade os obriga a pensar mais. Acredito que falta também um pouco de concentração.
Outra dificuldade que encontro é o tempo, pois são várias atividades e o tempo é escasso, não se pode desenvolver todas, com isso o trabalho fica quebrado, se tivéssemos mais tempo os resultados seriam melhores tanto para o aluno como para o professor.
Como estamos trabalhando somente com interpretação e produção textual algumas vezes recebemos criticas, mas se estou trabalhando com texto, a gramática já está inserida, se o aluno escreve corretamente, interpreta, ele tem conhecimento da gramática, caso contrário não conseguiria desenvolvê-las.
O aluno não precisa decorar conceitos, mais sim construí-los.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Mais um exemplo

Detento supera 2 mil estudantes e vence concurso de redação

Detento surpreende o sistema educacional carioca. O interno do Presídio Evaristo de Moraes Leandro Santos Pontes, 27 anos, matriculado na escola prisional Anacleto de Medeiros, venceu o Concurso de Redação Camélia da Liberdade, que contou com a participação de mais de 2 mil alunos das redes pública e privada. A premiação aconteceu dia 15 de setembro de 2009, no pátio da escola, em São Cristóvão.
O Superintendente Regional da Polícia Federal, Ângelo Gioia, uma das autoridades presentes, confessou na cerimônia: "é a primeira vez que conheço uma unidade prisional onde homens são levados ao conhecimento e a uma nova perspectiva de vida.
O concurso, patrocinado pela Petrobras e organizado pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (Ceap), tinha o tema 100 anos de Sola Trindade, o poeta do povo, evocando um artista do começo do século 20 ligado ao movimento negro. O objetivo era levar os alunos a uma reflexão sobre a questão racial na sociedade brasileira. As redações foram selecionadas pela comissão da Fundação Cesgranrio.
Exemplo para os detentos

Para vencer estudantes de instituições como o Pedro II e o Cefet (Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca), Leandro conta seu segredo: leu cerca de 1,6 mil livros nos últimos 4 anos e 9 meses, período que passou até agora na prisão.
"Eu envio cartas às editoras pedindo doação", afirmou o campeão, frisando que seu livro preferido, fora a Bíblia, é A Cabana (Editora Sextante).
Sua meta após cumprir a pena por assalto - já entrou em semiaberto - é cursar filosofia. "Dentro deste lugar, eu aprendi muito. O colégio tem me ajudado a planejar o futuro e a provar que existe possibilidade de mudança", disse Leandro em seu discurso.
Pelo 1º lugar, ele recebeu um computador e uma impressora, que ficarão, por ora, com sua família. Além disso, a Escola Anacleto Medeiros será premiada com dez computadores, que não poderão ser conectados à Internet por tratar-se de uma prisão. Além disso, a professora de Leandro, Jane Santos, recebeu uma filmadora.
Os dois foram muito aplaudidos pelos detentos presentes na cerimônia, escolhidos pelos professores entre os quase 500 alunos da escola. O presídio inteiro, no entanto, abriga 1,5 mil internos.

Escola é exemplo raro

São 4 mil os alunos no sistema carcerário do Estado do Rio e a escola do Presídio Evaristo de Moraes não é um exemplo representativo da situação do resto do sistema educacional em prisões. Lá, são realizados festivais de música e cinema e existe até mesmo um jornal feito pelos alunos.
"Esta escola é um exemplo para as outras unidades penitenciárias. Agora começamos a ver resultados do trabalho feito aqui", discursou Mario Miranda, membro do conselho penitenciário e professor do instituto.
A freqüência às aulas contribui para a redução da pena dos presos. Cada período de 18 horas em sala de aula representa um dia a menos de reclusão. Em entrevista à revista Ciência Hoje em 2007, o pesquisador Emerson Queluz, da Universidade Federal do Paraná, explicou que o envolvimento dos presos com o ensino costuma ser até maior do que o que normalmente se percebe em alunos de escolas convencionais.
"Esse comportamento pode ser explicado pelo fato de a instituição em que o preso está lhe infligir uma pesada carga disciplinar e também porque o próprio detento costuma ter consciência da importância da escola para sua reinserção na sociedade.

Trechos da redação vencedora

"A história de Francisco Solano Trindade nos leva a uma imagem e aparência verdadeira de um herói que, através das palavras e dos seus poemas e sonhos, nos ensina que, antes de chegarmos à liberdade, precisamos estar e parecer livres."
"Solano Trindade, sendo um homem pós-escravatura, ouviu o grito de sua cor e de sua raça tão humilhada e maltratada até pelas leis abolicionistas. Leis que nunca visaram ao crescimento do povo."
"Com o crescimento e o desenvolvimento das grandes metrópoles, a cultura afro foi sendo afastada das grandes cidades pelos fatores visuais da sociedade. Se Francisco Solano não tivesse morrido em 19 de fevereiro de 1974, ainda estaria recitando o seu poema em tom de protesto e com ar de tristeza: Tem gente com fome."
"Solano, que se empenha em combater o sistema de inferioridade do negro e molda o comportamento como forma de derrubar as barreiras criadas por eles, afirma que a grandeza da fé e da civilização estaria na liberdade."
"(...) Lei do Ventre Livre, Lei dos Sexagenários e a Lei Áurea. Nenhuma dessas Leis determinava que os ex-escravos se tornariam cidadãos brasileiros."
"Acreditou que ser negro não é ser escória ou marginalizado. Ser negro é adquirir cultura, poesia e paixão pela sua cor."

sexta-feira, 18 de setembro de 2009


Nosso encontro semanal foi um pouco diferente, ou seja, fizemos uma visita à sala do NTE/informática onde os cursistas criaram seus blogs individuais para suas futuras postagens dos trabalhos. Foi uma aula diferente e muito bem ministrada pela professora CRISTIANE BORRE DE SOUZA, responsável pelo NET/Campos Novos, mas muito proveitosa, tenho certeza. Houve acesso ao blog do grupo, leituras e comentários. Foram fotografadas algumas práticas e todos puderam opinar sobre o que ouviram. Avaliamos o encontro. Os cursistas entregaram os relatórios e textos. Combinamos o próximo encontro.
Como não pude postar o relatório logo na seqüência, agora já disponho de análise e acompanhamento de alguns blogs criado naquela aula. Estão muito bons e criativos, inclusive com a participação dos próprios alunos dos cursistas fazendo uso do blog, postando seus trabalhos e comentando o dos colegas.